Continuando com minha série de perguntas abordo hoje o tema "Jogos na Educação". Ou seria melhor "Jogos Educacionais"? No primeiro caso os educadores buscam aproveitar jogos existentes, adaptando-os aos contextos das atividades que pretendem desenvolver. É uma forma simples e barata de se conseguir motivar os alunos. Nesse caso os jogos podem ser utilizados como ponte para outros conteúdos a serem trabalhados. Recentemente participei do GameLab, organizado pelo SESC de Ribeirão Preto, onde tive a feliz oportunidade de conhecer dois professores que organizaram oficinas de jogos, o Fabiano Sampaio e o Bruno Drago, que costumam adotar essa abordagem (vejam o post do Fabiano, com exemplos de jogos usados por eles em oficinas).
A outra abordagem, mais cara e complexa, seria a criação de jogos, ou modificação de jogos existentes, voltados especificamente para o ensino de determinados conteúdos. Há quem questione essa abordagem porque "quem sabe fazer jogo não entende de educação e educadores não sabem fazer jogo". Há também controvérsias sobre se ao colocarmos restrições pedagógicas não estaríamos limitando a criatividade dos designers de jogos ou mesmo se o adjetivo "educacional " não seria conflitante com um dos principais aspectos que caracterizam o jogo: a liberdade que o jogador tem de jogá-lo quando, quanto, onde e se quiser.
De uma coisa não tenho dúvida. Seria maravilhoso se conseguíssemos colocar nossos alunos em estado de Flow, nem que fosse na metade da intensidade que experimentam quando engajados na atividade de jogar. O desafio para educadores e designers instrucionais é como transformar a relação "Jogo X Educação" numa relação "Jogo + Educação", ou "Educação + Jogo", se preferirem, já que essa operação é comutativa ;-).
O que você leitor pensa a esse respeito? Tem dicas e sugestões? Teve experiências relacionadas a jogos na educação ou jogos educacionais? Relate-as aqui.
PS: para os interessados em ler mais sobre o assunto "Jogos e Educação" recomendo o Portal GameCultura. Recomendo também os livros Game Over, da Profa Lynn Alves, Games em Educação, do Prof João Mattar, e Introdução À Ciência da Computação com Jogos, dos Profs Flávio Soares Corrêa da Silva, Bruno Feijó e Esteban Clua.
A outra abordagem, mais cara e complexa, seria a criação de jogos, ou modificação de jogos existentes, voltados especificamente para o ensino de determinados conteúdos. Há quem questione essa abordagem porque "quem sabe fazer jogo não entende de educação e educadores não sabem fazer jogo". Há também controvérsias sobre se ao colocarmos restrições pedagógicas não estaríamos limitando a criatividade dos designers de jogos ou mesmo se o adjetivo "educacional " não seria conflitante com um dos principais aspectos que caracterizam o jogo: a liberdade que o jogador tem de jogá-lo quando, quanto, onde e se quiser.
De uma coisa não tenho dúvida. Seria maravilhoso se conseguíssemos colocar nossos alunos em estado de Flow, nem que fosse na metade da intensidade que experimentam quando engajados na atividade de jogar. O desafio para educadores e designers instrucionais é como transformar a relação "Jogo X Educação" numa relação "Jogo + Educação", ou "Educação + Jogo", se preferirem, já que essa operação é comutativa ;-).
O que você leitor pensa a esse respeito? Tem dicas e sugestões? Teve experiências relacionadas a jogos na educação ou jogos educacionais? Relate-as aqui.
PS: para os interessados em ler mais sobre o assunto "Jogos e Educação" recomendo o Portal GameCultura. Recomendo também os livros Game Over, da Profa Lynn Alves, Games em Educação, do Prof João Mattar, e Introdução À Ciência da Computação com Jogos, dos Profs Flávio Soares Corrêa da Silva, Bruno Feijó e Esteban Clua.
Vou encaminhar o post a um aluno da ECA que estuda jogos. Ele vai adorar!
ResponderExcluirGrande Tori!
ResponderExcluirFoi minha a honra de te conhecer. Ainda tenho muito o que aprender com você.
Ainda quero estar presente em mais eventos com você.
Agradeço a força e venho visitar aqui com mais frequência.
Estou às ordens!
Abraços
Fabiano Sampaio
http://eutrapelia.com.br
Ih professor Tori, não gosto de jogos, pelo menos daqueles submetidos às regras em que há disputa, vencedores, perdedores. Nunca gostei, desde menina. E não sei nada sobre jogos na educação. Vou ler conforme suas recomendações e depois voltar aqui para escrever direito. Por enquanto, digo apenas que entendo que para entrar em flow, não precisa haver jogo no sentido formal. Desenvolver uma atividade, sozinha ou em conjunto com outras pessoas, geralmente me leva ao fluxo. Por exemplo, entro em fluxo lendo um bom romance, os do Dostoieviski são excelentes para entrar em flow. Cozinhar, geralmente, também me faz sentir como nessa frase do Escher, aquele pintor de labirintos: " Enquanto estou ocupado com alguma coisa, penso que estou a fazer a coisa mais linda do mundo. Quando tenho êxito em alguma coisa, então à noite, sento- me em frente dela enamorado. E essa paixão é maior do que qualquer paixão por pessoa. No dia seguinte, os olhos abrem-se de novo." T´aí o pensamento que vou colocar hoje no meu blog da PCS5757. Mas voltarei a esse assunto jogo e educação.
ResponderExcluirObrigado por sua contribuição Marta. Aguardamos ansiosamente a sua volta ao assunto;-))
ResponderExcluirVocê tem toda razão. Game é o exemplo mais comumente empregado quando se fala em Flow, mas, sem dúvida, não é o único. Eu também costumo entrar em Flow quando leio; e também quando escrevo. Aprendendo algo novo, ministrando aula ou palestra idem. Flow é estar presente, é estar interessado e envolvido com o que se faz. É, enfim, uma atividade "sem distância"! O prazer é uma conseqüência natural de se estar fluindo... nossos alunos podem entrar em flow aprendendo ... só precisamos ajudá-los e descobrir isso...e depois que um aprendiz descobre o prazer do conhecimento procura repetir sempre a experiência. Somos felizardos por essa descoberta ter acontecido cedo em nossas vidas.
Beijo.
Romero.
Mestre,
ResponderExcluirAssunto interessante! Cresci praticando jogos de tabuleiro com meus irmãos. Sem saber, atingíamos "flow" e, para animar, mudávamos as regras (jogávamos Detetive sem as fichas de anotação, isto nos fazia treinar a memória). Nunca fui fã de jogos digitais, talvez por falta de aptidão técnica (levei tempo para passar de fase no Enduro, nunca consegui no River Raid - todos da época dos consoles Atari). Hoje me interesso por tentar unir jogos com a questão LGBT, de cidadania em geral. Soube pela finada revista DOM de um jogo chamado "Stonewall Brawl", sobre os conflitos em Stonewall na década de 60. Mas é outra estória. Acredito que, para funcionar em educação, o legal seria um blended: que tal um jogo que, aos poucos, me levasse a ler um livro, para que eu descobrisse como jogar melhor? Que tal um jogo que me fizesse ler "O Corvo" ou "Coração Emparedado", de E.A.Poe? Conjecturas...
Beijos,
Ronaldo Souza
Sim professor Romero. Concordo totalmente. Fiquei pensando depois da minha intervenção que os labirintos do Escher são jogos ou ambiente para jogos. Gosto muito de labirintos. A vida é labirinto, o pensamento também. O mundo virtual é um enorme labirinto com infinitos labirintos. É um perder pra se achar. Acho que alguns jogos também têm essa qualidade rizomática. Esse papo de flow me fez lembrar muitas brincadeiras na infância, minhas e com/dos filhos. Soltar papagaio (pipa), por exemplo. Antes de soltar, fazer a pipa, é fantástico mexer com papéis coloridos, varetas, colas. Eu fui craque em fazer rabos de papagaio. Imitava rabos de dragões e de outros bichos fantásticos. "Tempo é criança brincando, jogando; de criança o reinado.", já dizia Heráclito (sec IV). E há o Nietzsche, genial, em que as três transmutações do Zaratustra são: o camelo (que carrega o peso do mundo) , o leão (que vocifera contra o mundo, a criança (que brinca, que dança). “A criança é a inocência, e o esquecimento, um novo começar, um brinquedo, uma roda que gira sobre si, um movimento, uma santa afirmação. Sim; para o jogo da criação, meus irmãos, é necessária uma santa afirmação: o espírito quer agora a sua vontade...”. Assim falou Zaratustra.
ResponderExcluirMas, ainda vou me dedicar melhor aos jogos na educação. Primo filosofare... E acabar com as pendências, muitas, que acumulei no nosso PCS 5757. Depois, vou ler sobre jogos na educação. E voltarei aqui para falar do ponto de vista mais técnico ou pedagógico.