No último final de semana consegui finalmente visitar duas importantes exposições na Avenida Paulista: FILE (Festival Internacional de Lingaugem Eletrônica) e Emoção Art.Ficial (Bienal de Arte e Tecnologia do Itaú Cultural,). Ambas as mostras já são tradicionais no circuito cultural paulistano e imperdíveis para os amantes da arte e da tecnologia. Neste ano temos ainda a vantagem de poder visitar as duas no mesmo dia (encontram-se a poucos quarteirões de distância). Se você ainda não foi recomendo encontrar um espaço na agenda nesses próximso dias.
Comento a seguir algumas das obras.
Uma atração concorrida, mas que vale a pena a espera, é o BIOBODYGAME, um conceito muito interessante, criado por Rachel Zuanon e Geraldo Lima, que une um computador vestivel a sensores neurofisiológicos para propiciar uma experiência em que o estado emocional do jogador influi na jogabilidade. Na minha vez as luzes do colete ficaram amarelas, indicando que eu estava um pouco nervoso (vermelho indicaria muita agitação e verde bastante calma). Nesse estado emocional o carrinho já não respondia tão bem aos meus comandos.
Interessante também a instalação de Guto Nóbrega, "Breathing". Uma criatura robótica, constituída de uma redoma de vidro contendo uma planta, dando a impressão de ser o cérebro do robô, movimenta os membros a partir de sinais eletrofisiológicos captados do vegetal.
Há ainda uma exposição de games e muitas outras atrações, incluindo um circuito na própria Avenida Paulista, que infelizmente já se encerrou. Mas ainda restam alguns dias para a exposição indoor. Aproveite!
O passeio prossegue com visita a um zoológico de seres cibernéticos, o Robotarium SP de Leonel Moura, formado por pequenos robôs autônomos, que interagem entre si e com os desenhos do piso, gerando comportamentos emergentes.
A curiossidade nos leva a uma sala escura, contendo uma enorme projeção do rosto de Stelarc, o autor da obra denominada Prosthetic Head. Descobre-se então que é possível conversar com aquela cabeça modelada tridimensionalmente, o visitante tecla e a cabeça fala! O segredo está no uso do programa de inteligência artificial ALICE, que responde de maneira surpeendentemente lógica às questões formuladas pelo público. Não passaria no Teste de Turing, mas é bem divertida.
Ë difícil não parar para admirar o trabalho incansável do desenhista robô (Autoportrait, do laboratório Robotlab), qiue após observar uma pessoa, faz o seu desenho numa lousa branca, exibe-o ao público e na sequência o apaga.
Em seguida entramos na fila para ter nosso corpo "scaneado" e ser incluidos, ou melhor, nossas silhuetas serem incluidas, no corpo de bailarinos virtuais e participar da performance da obra Ballet Digitallique, de Lali Krotoszynski, que ocorre no andar de baixo.
Emocionante a sensação que temos ao contemplar a obra MetaCampo, do grupo SCIArts. Uma enorme relva sintética, cercada de espelhos se move ao sabor de ventos artificiais, influenciados pelo vento externo e pela movimentação do público.
E tem muito mais, como o imperdível trabalho da Tania Fraga, que desta vez nos traz um caracol capaz de reconhecer emoções humanas (Caracolomobile), Não perca!
Comento a seguir algumas das obras.
FILE (Festival Internacional de Lingaugem Eletrônica):
27 de julho a 29 de agosto de 2010
Centro Cultural do Sesi - Avenida Paulista 1313
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O FILE, que apesar de se tratar de uma sigla em português é comumente referenciado com a pronúncia em inglês, é aberto a qualquer manifestação de linguagem eletrônica. Até mesmo um livro em formato tradicional impresso teve espaço na exposição. "Onde estaria a linguagem eletrônica neste caso?" você pode estar se perguntando. A resposta está na forma como o livro foi criado: por um algoritmo computacional. Ao lado desse livro chama a atenção um vídeo produzido pelo pessoal da Multitouch Barcelona, que mostra uma interface literalmente humana. O video pode ser assistido aqui, mas vê-lo na instalação (foto abaixo) é ainda mais legal.
Uma atração concorrida, mas que vale a pena a espera, é o BIOBODYGAME, um conceito muito interessante, criado por Rachel Zuanon e Geraldo Lima, que une um computador vestivel a sensores neurofisiológicos para propiciar uma experiência em que o estado emocional do jogador influi na jogabilidade. Na minha vez as luzes do colete ficaram amarelas, indicando que eu estava um pouco nervoso (vermelho indicaria muita agitação e verde bastante calma). Nesse estado emocional o carrinho já não respondia tão bem aos meus comandos.
Há ainda uma exposição de games e muitas outras atrações, incluindo um circuito na própria Avenida Paulista, que infelizmente já se encerrou. Mas ainda restam alguns dias para a exposição indoor. Aproveite!
Emoção Art.Ficial (Bienal de Arte e Tecnologia do Itaú Cultural)
1º de julho a 5 de setembro, 2010
Itaú Cultural - Avenida Paulista 149
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Em sua quinta edição, este evento bi-anual, destaca-se não apenas pela qualidade dos trabalhos selecionados pelo curador Marcos Cuzziol, como pela bela ambientação, cuidadosamente integrada à arquitetura do espaço. A visão da Paulista complementa o espetáculo.
Logo na entrada somos envolvidos pela obra Bion, de Adam Brown e Andrew H. Fagg, que se espalha por todo o ambiente, formando uma rede de centenas de seres artificiais que se comunicam e reagem individualmente à nossa presença. Em seguida somos recepcionados por robôs cheios de personalidade, as "Hysterical Machines", de Bill Vorn. Meio assustadores no início, esses artrópodes cibenéticos transbordam simpatia por trás daqueles gestos ríspidos.
O passeio prossegue com visita a um zoológico de seres cibernéticos, o Robotarium SP de Leonel Moura, formado por pequenos robôs autônomos, que interagem entre si e com os desenhos do piso, gerando comportamentos emergentes.
A curiossidade nos leva a uma sala escura, contendo uma enorme projeção do rosto de Stelarc, o autor da obra denominada Prosthetic Head. Descobre-se então que é possível conversar com aquela cabeça modelada tridimensionalmente, o visitante tecla e a cabeça fala! O segredo está no uso do programa de inteligência artificial ALICE, que responde de maneira surpeendentemente lógica às questões formuladas pelo público. Não passaria no Teste de Turing, mas é bem divertida.
Ë difícil não parar para admirar o trabalho incansável do desenhista robô (Autoportrait, do laboratório Robotlab), qiue após observar uma pessoa, faz o seu desenho numa lousa branca, exibe-o ao público e na sequência o apaga.
Em seguida entramos na fila para ter nosso corpo "scaneado" e ser incluidos, ou melhor, nossas silhuetas serem incluidas, no corpo de bailarinos virtuais e participar da performance da obra Ballet Digitallique, de Lali Krotoszynski, que ocorre no andar de baixo.
Emocionante a sensação que temos ao contemplar a obra MetaCampo, do grupo SCIArts. Uma enorme relva sintética, cercada de espelhos se move ao sabor de ventos artificiais, influenciados pelo vento externo e pela movimentação do público.
E tem muito mais, como o imperdível trabalho da Tania Fraga, que desta vez nos traz um caracol capaz de reconhecer emoções humanas (Caracolomobile), Não perca!
Gostei muito do trabalho de Guto Nobrega, pois o trabalho "Breathing", nos faz refletir
ResponderExcluirsobre a convivência homem máquina. Como mostrado no vídeo, a beleza não está no
objeto em si, e sim na troca de experiência entre humano e máquina. Belíssimo trabalho.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTodos são muito bons, o Guten Touch por te dar uma liberdade de interagir ao interferir no meio digital com cada toque, fazendo com que você sinta tudo aquilo, e não somente fique "preso" a um mouse, monitor, etc.
ResponderExcluirJá o vídeo "Hi" me assustou um poco, me fez pensar mais sobre o que realmente vivenciamos. Nunca havia pensado como se a rede fosse alguém(Humano) intermediando os meus comandos, bem criativo.Para mim, essa é a interface mais louca e mais normal que já vi.
Escolhi falar sobre a Breathing por ser o projeto que mais me impressionou, primeiramente porque a minoria dos projetos em exposições do gênero envolve um organismo vivo com outro artificial, e essa criatura híbrida comunicando com a criação de interface robótica foi fantástico não me lembro até então de ter visto algum trabalho de arte com impulso biológico.
ResponderExcluirA monitora da obra disse que a melhor maneira de interagir para trocar energia com a planta é no ato de respirar, foi fascinante ver a alteração de cor das luzes LED na demonstração feita com a obra.
Sem dúvida uma experiência artística interessante, afinal a planta sendo um ser vivo sem possibilidades de intereção até então, passa a ser também um emissor de reações por uma simples folha. Fiquei imaginando um jardim de Breathings, sem dúvida seria um tanto quanto interessante.
Se alguém não teve a oportunidade de conferir esse trabalho, segue um link de vídeo: http://vimeo.com/10101389
Autoportrait - Robotlab foi simplesmente Impressionante !!!
ResponderExcluirVou tentar expressar a sensação que tive ao interagir com esse "equipamento", ao sentar me no banquinho, foi como ingressar em um desses filmes futurísticos, por alguns instantes fiquei um pouco sem graça e de repente quando o robo direcionou-se a mim foi um pouco assustador, me senti como um alvo. (fui fotografado)
Depois desta parte fiquei completamente envolvido com a construção do retrato, a cada detalhe meu representado na tela, e como se não bastasse ao concluir o retrato, ele ainda o exibe para a platéia.
Demais.
Pelo link: http://www.youtube.com/watch?v=DWRT8wW4-QA , terão uma idéia mas não a sensação.
Ainda não visitei a Emoção artifical mas concerteza irei. No FILE achei muito interessante as obras Jump,Sniff e Infinito ao Cubo de Rejane Cantoni & Leonardo Crescenti no qual um cubo espelhado suspenso do chão com quatro molas em cada canto giram criando imagens tridimensionais através de em projeções múltiplas. Uma pena que essa obra ficou pouco tempo instalada no vão do Masp.
ResponderExcluirBreathing de Guto Nóbrega, é sensacional.
ResponderExcluirCitarei um estudo feito na década de Sessenta onde que por cerca de 30 anos uma pesquisadora chamada Evelyn Fox keller Doutora em física pela Universidade de Harvard, sobre biologia molecular que passou algum tempo explorando o novo campo da “termodinâmica do não-equilibrio” que mais tarde se associaria a teoria da complexidade. Em 1968 Keller investigando a aplicação da matemática a problemas biológicos, imaginando que seria útil para compreender sistemas vivos. Analisou uma ameba chamada Dictyostelium discodeum. Junto com Lee Segel outro pesquisador começam uma série de pesquisas da ameba. Contribuindo para o mundo com a ciência do cérebro, o design de software e os estudos urbanos.
Em Agosto de 2000, um cientista japonês chamado Toshiuki Nakagaki anunciou que havia treinado um organismo semelhante a uma ameba, denominado Dictyostelium discodeum, a encontrar o caminho mais fácil dentro de um labirinto. Sem qualquer tipo de centralização cerebral, a ameba esticando o corpo pelo labirinto de modo a conectar-se com as duas fontes de alimento ali colocadas. Aos olhos dos cientistas que usam componentes como este simples sistema para construir inteligência de nível mais alto. Podendo futuramente se assemelhar aos estudos de Darwim nas ilhas Galápagos.
Breathing pode não ser tão semelhante ao estudo da ameba Dictyostelium discodeum, acredito que Guto Nóbrega distintamente utilizou fortemente a complexidade deste estudo da qual organismos de forma simples utilizam esse sistema denominado Emergência. Onde alguns dos jogos de computador mais populares hoje assemelhan-se as células do discoideum. Após esses 30 anos deu-se cursos de auto-organização e software de estratégia bottom-up que ajudam a organizar as comunidades virtuais. Tais estudos ajudaram a derrubar as fonteiras tradicionais da pesquisa científica. Em todo o estudo da ciência o objetivo principal era perseguir os mistérios da Emergência.
Visitei o FILE e achei todas as obras no evento interessantes e de uma criatividade impar, porém gostei da idéia do grupo espanhol que fizeram um vídeo aonde eles expressam como deveria se comportar uma interface mais humanizada, dialogando com signos e simbolos faceis ja enraizados no consciente das pessoas. Oque faltou realmente na obra seria que ela fosse realmente interativa não somente um vídeo a ser exibido.
ResponderExcluirMas foi muito interessante no geral.
Visitei o FILE, embora não ter conseguido visitar a Paulista interativa, gostei bastante da expo no sesi, um dos trabalhos que eu mais gostei foi do americano onde uma tinha um projetor simulando uma cortinha de luz onde vc podia movimenta.
ResponderExcluirPor ser uma expo de grande valor, as pessoas que trabalhavam auxiliando a expo estava muito fora do conteúdo, deixando a expo sem sentidos, eles não ecplicavam nada.
Mas as obras são de grande admiração.
Gostei muito essa semana irei ao Emoção.
Olá Romero, estive no FILE e as obras que mais chamaram a minha atenção foram a Death Death Death do norte americano Rob Seward, que foi feita por algorítimos com 10.000 palavras que de uma ou outra maneira levam a morte. Esse achei o melhor, pois apesar de sua apresentação ser analógica(um livro)a concepção do trabalho foi digital.
ResponderExcluirO outro trabalho que gostei foi do Multitouch Barcelona, um humano que se comporta como uma interface ou uma interface que se comporta como humano. Genial.
Oi pessoas, também visitei as exposições e achei fantástico. Simplesmente em pouco tempo esses estudos se tornaram de fato nossa realidade, é bem próximo dos comerciais feitos pela Intel, sobre os hologramas e afins. Nesse intuito achei muitíssimo interessante o Robotarium SP de Leonel Moura, formado por pequenos robôs autônomos. A idéia inicial, pelo menos para mim, foi uma grande peça de estimação, já que não de forma conceitual, podemos chamar de animal. O fato é que desde que o Tamagoshi foi inserido no mercado, a busca da relação homem/máquina, tomou um rumo muito afetivo, e que para mim, esse projeto definitivamente representa. A capacidade de fazer com que esse tipo de tecnologia passe a ter um papel muito maior do que simplesmente técnico mas sim de afeição, e acredito que em um futuro bem próximo nos relacionaremos com esse tipo de realidade.
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ResponderExcluirMe interessei muito pelo trabalho "Hysterical Machines", primeiramente pela estética apresentada e segundo pelo contexto do trabalho, pesquisando um pouco sobre o autor, descobri que o projeto faz parte de um programa sobre a estética do comportamento artificial e tem o intuito de induzir o espectador a enxergar o robô não mais como uma simples estrutura metálica, mas como parte de um meio e que nos presenteia com uma real reação aos estímulos apresentados pelo espectador mesmo que em um padrão único e dinâmico de eventos. Para mim esse trabalho se tornou o mais interessante da exposição.
ResponderExcluirBARBARA SANTORO
Comentei anteriormente que visitei o FILE, mas não citei nenhuma obra em específico, portanto gostaria de falar sobre "Marvin Gainsbug" de Jeraman & Filipe Calegario que estava na galeria do sesi, achei muito interessante pois é um software baseado no Twitter no qual o objetivo é compor e executar canções com letra e música em tempo real. Os twetts se transformam em versos e para começar basta dizer no microfone o tema da canção.
ResponderExcluir@Natalia_Cardoso