Realidade Virtual volta a ser discutida em São Paulo, após 10 anos, no SVR 2015. Relembre aqui o SVR 2004.


 


Como meus leitores sabem está ocorrendo em São Paulo a décima-sétima edição do Simpósio de Realidade Virtual e Aumentada. Preparando a palestra que ministrarei amanhã ("Os limites do virtual no mundo real") acabei revendo materiais de eventos anteriores, em especial da sétima edição, última realizada na capital paulista e da qual fui coordenador geral.

Foi muito interessante relembrar esse evento e ver como estávamos avançados.  Entre outras coisas havia um simulador de asa delta (com óculos de realidade virtual e até vento de verdade), uma instalação artística em formato de CAVE que nos dava a sensação de subir uma escada infinita, uma exposição de estereoscopia, um evento paralelo de cibercultura e uma exposição de mundos virtuais, Numa época em que pessoas fora desse evento mal sabiam o que seria "realidade aumentada" (RA) já discutíamos a "realidade aumentada espacial", uma evolução da RA, que trabalha com projeções sobre objetos e ambiente, dispensando equipamentos especiais e marcadores, típicos da RA convencional. Anos depois surgiu uma derivação da RA espacial, chamada video mapping ou projection mapping, bastante conhecida hoje.

Teve até repercussão na mídia. Lembra como era a TV analógica ? E o Marcelo TAS "beeem" antes do CQC ?



Agradeço à CERV (Comissão Especial de Realidade Virtual) da SBC (Sociedade Brasileira de Computação) por terem preservado o site do SVR 2004, totalmente navegável.   Nesse site há uma bela galeria de fotos. Boa parte dos professsores e pesquisadores que aparecem nas fotos e que ajudaram a realizar o SVR 2004 hoje estão à frente do SVR 2015, ou dele participando, a começar pelo coordenador geral do SVR 2015, o Prof Luciano Soares, quem também, por sinal, desenvolveu o software da asa delta. Preparei um pequeno clip, com algumas fotos de lá selecionadas. Veja abaixo.



Um ponto forte no SVR 2004 foi a multidisciplinaridade. Desde aquela época o SVR já procurava se aproximar de artistas, designers, arquitetos, médicos e outros profissionais e educadores de áreas diferentes da computação.  Tivemos a realização, no mesmo período e local, de um evento de Cibercultura, incluindo algumas mesas e palestras conjuntas. A interação foi riquíssima. Até hoje me lembro de uma interessante discussão entre um keynote speaker e uma famosa artista plástica e educadora.

No SVR 2004 tivemos 3 keynote speakers. Consegui recuperar um video, apresentado por Claudio Pinhanez, que mostrava um ambiente dinâmico de realidade aumentada (tema quente hoje, abordado por um dos keynotes deste ano).  O video mostra o projeto Kids Room, dee autoria do próprio palestrante. Trata-se de um ambiente dinâmico, com realidade aumentada, que leva crianças a participarem de uma narrativa interativa. Detalhe: esse video foi apresentado na palestra de 2004 como retrospectiva, pois trata-se de um projeto da década de 1990 ! Continua inovador até hoje...



Outro keynote foi o Ramesh Raskar, que nos apresentou o Dynamic Shader Lamps (para a linguagem de hoje seria como um video mapping sobre objetossoltos no ambiente, que podiam se manipulados, sem que a projeção "borrasse".

Portanto, leitor, fique atento ao SVR 2015. Muito do que está hoje sendo lá apresentado e discutido ainda causará impacto em sua vida em 2025.



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