O Futuro da Tecnologia na Educação Superior: Dez Pontos Estratégicos



A tradicional publicação NMC Horizon Report, em sua edição "Higher Education" (Educação Superior) de 2017 destaca dez pontos que, segundo esse relatório, dão uma visão geral sobre tendências, impactos e desafios da adoção de tecnologia na educação superior para os próximos cinco anos. Faço a seguir uma tradução livre desses dez pontos. Recomendo, no entanto, a leitura de todo o documento de 60 páginas que pode ser baixado gratuitamente aqui (em inglês).  

Escolhi, para ilustrar esta postagem, uma foto do sistema "VIDA-Odonto", ambiente de Realidade Virtual para treinamento de  anestesia odontológica, projeto por mim coordenado na USP, numa colaboração entre Escola Politécnica, EACH e Faculdade de Odontologia de Bauru.  A motivação foi o fato de que nesse projeto estamos trabalhando a maioria das questões que aparecem no relatório NMC Horizon Report 2017, com destaque para interfaces naturais e avaliação automática de habilidades. Para saber mais sobre o projeto VIDA Odonto leia esta reportagem do Jornal da USP ou este artigo técnico-científico, publicado nos Anais do Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE 2016).    

Em tempo: a NMC (New Media Consortium) e a Saraiva estão dando início aos trabalhos para elaboração da edição 2017, que deverá sair nos segundo semestre, do Panorama Tecnológico para as Universidades Brasileiras. A última lançada, de 2015, eu comento aqui. Atualizarei por aqui as novidades da edição 2017 tão logo surjam.

Vamos aos pontos.
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Dez Pontos estratégicos

1 Mudança de Cultura
Para se avançar em abordagens progressivas de aprendizagem, há a necessidade de transformações culturais. As instituições devem se estruturar de forma a promover o intercâmbio de idéias inovadoras, identificar modelos de sucesso dentro e fora do campus, e valorizar a inovação nas práticas de ensino, sempre tendo-se como foco central o sucesso do aluno.

2 Competências do mundo real 
Para empregabilidade e desenvolvimento profissional são necessárias habilidades e competências sintonizadas com as demandas do "mundo real". Os alunos possuem expectativas de se graduarem para a empregabilidade. As instituições têm a responsabilidade de oferecer experiências profundas de aprendizagem ativa e desenvolvimento de habilidades que integrem a tecnologia de forma significativa.

3 Colaboração 
A colaboração é fundamental para produzir soluções eficazes. Comunidades de prática, grupos de liderança multidisciplinares e redes sociais abertas podem ajudar a difundir abordagens baseadas em evidências. Instituições e educadores podem progredir emlhor aprendendo uns com os outros.

4 Universalização do acesso
Apesar da proliferação de tecnologia e materiais de aprendizagem on-line, o acesso ainda é desigual. Deficiências persistem em todo o mundo e estão dificultando a formação para estudantes pertencentes a determinados grupos socioeconômicos, étnicos e de gênero. Além disso, o pleno acesso aos recursos da Internet permanece desigual.

5 Avaliação
São necessários processos precisos de avaliação de habilidades e de forma personalizada. As tecnologias adaptativas e o foco na avaliação estão direcionando as tomadas de decisão institucionais, ao mesmo tempo em que as experiências de aprendizagem dos alunos se tornam mais personalizadas. Os líderes devem agora considerar como avaliar a aquisição de habilidades vocacionais, competências, criatividade e pensamento crítico.

6 Fluência no ambiente digital
Fluência no ambiente digital é mais do que simplesmente entender como usar a tecnologia. O treinamento deve ir além da aquisição de habilidades tecnológicas isoladas e gerar uma profunda compreensão dos ambientes digitais, permitindo a adaptação intuitiva a novos contextos e a co-criação de conteúdo com outros.

7 Pervasividade tecnológica
Já é inevitável a adoção de aprendizagens on-line, móvel e híbrida. As instituições que ainda não tiverem estratégias robustas para integrar essas abordagens que já são pervasivas, simplesmente não sobreviverão. Um passo importante é rastrear como esses modelos estão enriquecendo ativamente os resultados da aprendizagem.

8 Ecossistemas de aprendizagem
Os ecossistemas de aprendizagem devem ser suficientemente ágeis para dar suporte a práticas futuras. Ao usar ferramentas e plataformas do tipo LMS (ambientes virtuais de aprendizagem), os educadores anseiam em poder decompor uma experiência de aprendizagem em seus diversos componentes e remixar conteúdos abertos e aplicativos educacionais de formas únicas e impactantes.

9 Interfaces naturais
O ensino superior é uma incubadora para desenvolver computadores mais intuitivos. À medida em que a inteligência artificial e as interfaces de usuário naturais se popularizam, as universidades estão projetando algoritmos de aprendizado de máquinas e dispositivos hápticos que respondem mais naturalmente à interação humana.

10 Educação continuada
A aprendizagem ao longo da vida é a força vital do ensino superior. As instituições devem priorizar e valorizar a aprendizagem contínua - formal e informal - para seus professores, funcionários e alunos.

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Os dez pontos acima apresentados são uma tradução livre, a partir de texto original, em inglês, da seguinte fonte: 

Adams Becker, S., Cummins, M., Davis, A., Freeman, A., Hall Giesinger, C., and Ananthanarayanan, V. (2017). NMC Horizon Report: 2017 Higher Education Edition. Austin, Texas: The New Media Consortium. Disponível em http://cdn.nmc.org/media/2017-nmc-horizon-report-he-EN.pdf (acessado em 15 de fevereiro de 2017)

Comentários

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